Matheus Roque, médico especialista em reprodução humana explica detalhes sobre o procedimento que é alternativa para quem perdeu o útero
Quem assiste a novela “Amor de Mãe” está acompanhando o drama vivido por Camila (Jessica Ellen), que sofreu um aborto espontâneo e, além de perder o bebê, teve que retirar o seu útero, para desespero de sua sogra, Telma (Adriana Esteves) que havia sabotado os preservativos usado por ela e seu par, Danilo (Chay Suede), para realizar o sonho de ser avó.
Na trama, Telma está muito abalada, pois acredita que a nora não poderá mais gerar um bebê com suas características genéticas. E os próximos passos na trama, será procurar uma barriga solidária ou útero de substituição, como é conhecido na medicina reprodutiva.
Para esclarecer as dúvidas sobre esse procedimento, que é uma alternativa para quem sonha em ter um filho, mas passou por algum problema de retirada de útero, apresenta contra-indicação para gestar e também para casais homoafetivos, o médico especialista em reprodução humana, Matheus Roque, que atende na Mater Prime, em São Paulo explica mais sobre o assunto.
No Brasil, para conseguir uma barriga solidária, a mulher deve pertencer à família de um dos pais do bebê. Esse parentesco deve ser até 4º grau, incluindo mãe, irmã, tia, avó e prima. Não havendo uma parente para ser a barriga solidária, é necessário uma autorização do Conselho Regional de Medicina (CRM) para que alguém sem vínculo familiar possa ser o útero de substituição.
“Este caso da novela mostra que após perder o útero, a única alternativa para ter um filho é a adoção. E não é verdade. O uso da técnica é indicado para mulheres que perderam o útero por histerectomia ou não possuem o órgão por um defeito congênito, que de fato impede uma gestação própria ou apresentem alguma contra-indicação para que possam gestar. Assim, podem recorrer ao útero de substituição, como uma alternativa na medicina reprodutiva para se ter um bebê com as suas características genéticas”, ressalta o médico.
Como acontece?
O primeiro passo para uma gravidez através de barriga solidária acontece por meio da assinatura de um termo de consentimento informando a responsabilidade da gestante entregar o bebê aos seus pais biológicos, e dos pais cobrirem todos os procedimentos e acompanhamentos médicos durante a gravidez, como pré-natal e etc, além de assistência psicológica dos pais e da doadora. É necessário uma adequada avaliação clínica, ginecológica e psicológica da mulher que será a barriga solidária.
“Após esse passo, é hora de fertilizar os óvulos aspirados da mãe e os espermatozoides do pai por meio da fertilização in vitro. Assim, o embrião é implantado dentro do útero de substituição e após a confirmação da gestação, é só acompanhar os meses e esperar o bebê nascer”, pontua o médico.
Caso a mulher também tenha algum problema identificado nos ovários, é possível recorrer à doação de óvulos para essa gestação, assim como no caso de casais homoafetivos masculinos.
Serviço:
Dr. Matheus Roque
Site: www.matheusroque.com.br
Instagram: @matheusroque_mr
Facebook: https://www.facebook.com/drmatheusroque/
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