Especialista comenta quais são as principais regiões de produção dos vinhos portugueses e quais são as harmonizações gastronômicas possíveis com as variedades da bebida
Uma bebida que, há séculos, é apreciada em todo o mundo, tendo registros em publicações das mais diversas naturezas desde a Antiguidade, é o vinho. Cada região produtora possui sua singularidade, fazendo com que a bebida apresente características diferentes de sabor, aroma e acidez. Entre as principais nações produtoras no mundo, Portugal destaca-se por ter muitas regiões vinícolas, que resulta em uma grande diversidade de vinhos, entre elas, o Vinho do Porto e o Vinho Verde.
Segundo a OIV (International Organisation of Vine and Wine - em português: Organização Internacional da Vinha e do Vinho), em 2021, os três maiores países produtores de vinho foram Itália, França e Espanha, seguidos por Estados Unidos, Austrália, Chile, Argentina e África do Sul. O ranking com dez grandes produtores de vinho continua com Alemanha e Portugal.
Em relação à produção de vinhos portugueses, de acordo com a OIV, em 2021, o país cultivou cerca de 977.664 toneladas de uvas, resultando na fabricação de 735,9 mil metros cúbicos da bebida. Ainda segundo a organização, no mesmo período, as regiões vinícolas espalhadas pelo mundo renderam 69,432 milhões de toneladas do fruto, resultando em 26,1 milhões de metros cúbicos da bebida.
Nilton Serson, que atualmente reside em Portugal destaca que as regiões mais famosas que definem os tipos de vinho em Portugal são: Vale do Douro, Alentejo, Dão, Bairrada (Beira Atlântico), Minho, Setúbal e Madeira, afirma o advogado Nilton Serson, que está em Portugal se especializando em vinhos. Ele ressalta que o país possui 14 regiões de produção vinícola com IG (Indicação Geográfica), que possuem informações detalhadas sobre a origem e características específicas. Transmontano, Terras de Cister, Tejo/Ribatejo, Algarve, Lisboa, Beira Interior e Açores são outras áreas de cultivo.
Dentro das 14 regiões vinícolas, Serson conta que há 31 indicações de DOC (Denominação de Origem Controlada), sistema de certificação internacionalmente reconhecido e utilizado para proteger e promover vinhos de alta qualidade. Segundo “O Guia Essencial do Vinho: Wine Folly”, de Madeline Puckette e Justin Hammack, além do Vinho do Porto, Portugal também produz vinhos secos com mais de duzentas uvas nativas.
Os principais vinhos portugueses
O Vinho do Porto é um vinho licoroso, produzido especificamente na Região Demarcada do Douro, no norte de Portugal, que recebe a adição de aguardente vínica durante o seu processo de elaboração. “Como o próprio nome sugere, a aguardente vínica é uma bebida feita por meio da destilação do vinho”, explica Nilton Serson.
Ele aponta que, entre os principais vinhos portugueses, destaca-se o Vinho Verde, que é o vinho típico do norte do país. “É bem jovem, ou seja, envelhece pouco tempo e pode ser branco, rosé ou tinto”, explica. Já o Vinho da Madeira, assim como o Vinho do Porto, é adocicado e com alto teor alcoólico. Com tamanha variedade de uvas nativas, Portugal produz tintos, brancos e rosés, de mesa ou seco, além de espumante e Moscatel, presente na região de Setúbal.
Harmonização de vinhos
Em relação a combinação de vinhos com os alimentos, Nilton Serson diz que harmonizar vinho com comida é uma prática que deixa a refeição ainda mais prazerosa. “Encontrar o vinho certo para o prato servido pode parecer algo complicado, mas seguindo algumas regras básicas de harmonização, é possível até harmonizar vinho com pratos do dia a dia”.
Segundo a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), de Portugal, um dos erros mais comuns é tentar fazer a harmonização com todo o tipo de pratos possíveis. Há regras que auxiliam para uma boa experiência, como equilibrar o peso da refeição com o corpo do vinho, além de ajustar a acidez dos ingredientes com a bebida.
O importante é perceber as características visuais, olfativas e gustativas do vinho, ressalta Serson. “A partir daí, por exemplo, a harmonização de vinhos com massas deverá observar quais são os ingredientes principais do molho. Já para o sushi, por exemplo, deve-se optar por vinhos brancos, leves e frescos, rosés ou espumantes”, completa.
Nilton Serson é advogado com ampla experiência em direito comercial e corporativo. Especializado em negociação e finanças, em programas avançados na Universidade de Harvard. Professor em instituições de ensino, como USP e Mackenzie, onde compartilhou seu conhecimento sobre Direito Comercial.
Para saber mais, basta acessar: http://niltonserson.com/
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