Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o ‘mal do século XXI’, a depressão representa quase um quarto (23%) dos atendimentos ambulatoriais e hospitalares em saúde mental no Sistema Único de Saúde. E com a pandemia esse quadro foi agravado ainda mais, fazendo dos distúrbios psicológicos uma grande herança desse período. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em onze países, o Brasil é o que mais tem casos de ansiedade (63%) e depressão (59%).
Silenciosa, a depressão ainda é muito incompreendida inclusive por quem sofre do problema. Que tem como parâmetro de adoecimento apenas o aparecimento da tristeza profunda, que dificulta ações cotidianas simples como levantar da cama, comer, trabalhar ou estudar. Mas esquecem , muitas vezes, esse é um processo lento e invisível, que pode comprometer o bem-estar da pessoa antes mesmo do sintoma mais evidente aparecer.
O psicanalista Luciano Noceti e Vieira, que integra a Rede de Profissionais credenciadas a Rede CELOS da Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS), lembra ainda que níveis avançados de angústia também baixam consideravelmente a imunidade do organismo. O que facilita a ocorrência de inúmeras doenças oportunistas.
Por isso, a importância de se investir em um acompanhamento psicológico, para evitar os chamados altos e baixos. E para ajudar neste processo, ele separou cinco dicas para prevenir a depressão. Confira:
1- Procure identificar os mecanismos de auto sabotagem que o inconsciente faz uso para manter a repetição dos fracassos;
2- Não se vitimize. Tente não se viciar no sofrimento e procure se implicar no que está acontecendo;
3- Haja por conveniência. Nós recebemos de volta nossa própria mensagem. Dê amor, carinho, companheirismo e limites para receber amor, carinho e companheirismo de volta. Às vezes demora um pouco para retornar, mas funciona;
4- Se questione a cada manhã: Será que meu problema é complicado ou o desejo de resolução que é fraco?
5- Caso esteja difícil articular os passos anteriores, procure um psicanalista ou psicólogo. E, caso necessário, um psiquiatra que te ajude a fazer contato com teu próprio desejo. O desejo é a mola propulsora da vida.
Autor(a): Rosiley Souza
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