Médicos catarinenses explicam sobre os cuidados na polução transgênero
Depois do Outubro Rosa, chega o Novembro Azul e ambos os meses servem para alertar a população sobre uma das doenças que mais acometem pessoas no mundo, o câncer. Estas campanhas visam, principalmente conscientizar sobre o diagnóstico precoce, que permite chances maiores de cura.
Assim como pacientes transsexuais que nasceram com o sexo biológico feminino e transitaram para o masculino devem se atentar ao câncer de mama, o contrário também deve ser considerado para o câncer de próstata, onde pacientes trans femininos devem redobrar os cuidados.
Quem explica são os médicos Cláudio Eduardo de Souza e José Carlos Martins Jr., que comandam a Transgender Center Brazil, em Blumenau (SC). Especialistas em pacientes trans eles advertem que mulheres trans, travestis e algumas pessoas não-binárias também têm essa glândula e, por isso, também devem ter atenção com o câncer de próstata.
“O câncer de próstata ainda é uma grande questão de saúde pública no mundo todo, mas muitas pessoas acreditam que ele se resume apenas aos homens cis, que nasceram com o sexo biológico masculino, o que não é verdade”, pontua José Carlos Martins.
Seu colega, Cláudio Eduardo de Souza lembra que esse cuidado vale também para pacientes que passaram pela cirurgia de redesignação sexual, pois continuam possuindo próstata.
“Aquelas pessoas que não fazem nenhum tipo de terapia hormonal constante, ou que tomam hormônio sem acompanhamento médico devem ter as mesmas preocupações que os homens cis quanto ao câncer de próstata – mesmo se tiverem passado por cirurgia de adequação”, acrescenta Cláudio.
Na literatura médica, a incidência do câncer de próstata entre mulheres trans é baixa, cerca de 0,04%.
Para José Carlos Martins, o risco existe, mas é pequeno, porém por conta desses riscos, e pelo fato de as pesquisas com mulheres trans ainda serem escassas, não se pode deixar de investigar o câncer de próstata.
Outro ponto importante é que muitas vezes, o tratamento hormonal não é feito com acompanhamento médico adequado e esta flutuação dos níveis hormonais pode aumentar o risco do câncer de próstata.
Os médicos pontuam que o exame de toque retal, por exemplo, não costuma fazer parte dos exames de rotina pedidos para essas pessoas, mas que é importante sempre contar com um acompanhamento médico, independente de ser trans ou não.
Autor(a): Alex Ferrer
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