Fotógrafa e artista visual de Florianópolis participa de exposição em Buenos Aires

Fotógrafa e artista visual de Florianópolis participa de exposição em Buenos Aires

Selecionada para a residência artística na R.A.R.O, coletivo de Buenos Aires que desde 2014 gera espaços de reflexão e produção para artistas, curadores e gestores, a fotógrafa e artista visual Maria Luiza Amorim apresenta o resultado da pesquisa e do trabalho realizados durante a temporada argentina em exposição que estreia neste sábado (26). Intitulada “Yo <3 Buenos Aires”, a mostra será no Espacio Acoyte, em Villa Crespo, com obras da brasileira e de outros 10 artistas de países como Peru, Chile, Equador e Colômbia. A curadoria é assinada pela colombiana Violeta González Santos, que tem acompanhado o processo criativo dos artistas durante o período de residência. 

 

A pesquisa de Maria Luiza Amorim trata da mulher. O projeto que ela desenvolveu durante a residência foi batizado de “Sonhei que sonhávamos juntas” e utiliza a técnica de cianótipo. A artista estuda a mulher contemporânea, sua relação com a história e com os mitos que cercam sua atmosfera. Abrange temas do sexo feminino e da ancestralidade, e suas obras abraçam também a paisagem.

 

Em suas obras, a fotografia se configura como algo mutável, deixando espaço para invenções, sobreposições e também para entender desejos e sonhos. O processo de cianotipia faz parte do trabalho: a aparência de uma imagem borrada e desbotada que vai ganhando linhas e contornos é um processo que pode ocorrer tanto na memória quanto nos sonhos.

 

“O projeto originalmente tinha um formato, mas, chegando em Buenos Aires e nos ateliês que fiz parte durante o processo, tudo foi se transformando. Comecei gravando os sonhos recorrentes de pessoas que conheci no processo e, em sua grande maioria, eram sonhos que falavam sobre traumas, dores e o processo de se autoconhecer. A partir daí foram surgindo as ideias de fotos, e fui criando autorretratos e narrativas com base neles. Uma grande referência foi o Sidarta Ribeiro (neurocientista brasileiro). Depois disso, fui experimentar a técnica de cianotipia em seus diversos materiais, até chegar em algo que trouxesse a sensação de algo efêmero”, explica Maria Luiza. 




Autor(a): Rosiley Souza



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