Florianópolis está entre as capitais que receberão o Movimento Nacional Pelo Parto Humanizado

Florianópolis está entre as capitais que receberão o Movimento Nacional Pelo Parto Humanizado

Defender a autonomia e o direito das mulheres poderem escolher o local de parto e os profissionais que a acompanharão neste momento tem sido um dos mais importantes papéis das enfermeiras obstetras no Brasil. Não por acaso, a estimativa do Relatório Mundial da Obstetrícia, do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA/ONU), mostra que a enfermagem obstétrica tem o potencial de salvar 4,3 milhões de vidas por ano até 2035. 


Considerando tal cenário, no próximo dia 21, enfermeiras e enfermeiros obstetras e obstetrizes de todo o Brasil farão a marcha do Movimento Nacional Pelo Parto Humanizado. Na capital catarinense, o evento será no Parque de Coqueiros, região continental de Florianópolis, a partir das 9 horas da manhã. 


Na programação haverá espaço para falas de profissionais que acompanham parto que, além das enfermeiras obstetras, conta com a presença de doulas, parteiras tradicionais, médicos obstetras, famílias e políticos engajados nos direitos das mulheres. Com o intuito de facilitar a participação de famílias com bebês de colo, a organização recebeu a doação de 200 slings para distribuição durante o evento. 


Além da programação técnica e científica, grupos femininos farão apresentações musicais para marcar o dia com arte, responsabilidade e autonomia para as mulheres. “Será um dia histórico, de luta e, também, uma grande festa para celebrar nossa força, consciência e voz”, observa a enfermeira obstétrica Juliana Ribeiro, que está na organização do evento em Florianópolis. 


Os profissionais contam que o objetivo do movimento é lutar pelos direitos das mulheres sobre seus próprios corpos e sobre o nascimento de seus bebês, bem como pedir por um fim às perseguições de conselhos profissionais médicos aos profissionais que atendem parto domiciliar planejado e seguro. 


Além disso, a luta também é pela autonomia da Enfermagem Obstétrica na assistência ao parto, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é a maior colaboradora para a redução de cirurgias cesarianas desnecessárias e de seus riscos associados.


O objetivo é que as mulheres grávidas participem de maneira informada e ativa das decisões sobre condutas que envolvam seus próprios corpos, para reduzir o risco de sofrerem violência obstétrica. “Nós, mulheres, famílias e profissionais da Obstetrícia, reivindicamos o direito de exercermos nossas escolhas, desde os profissionais que atendem às mulheres que desejam ter seu bebê fora do ambiente hospitalar até o local do parto”, afirma a profissional. 


Ela reforça, ainda, que comparado ao ambiente domiciliar ou às casas de parto, não há evidências que comprovem que o ambiente hospitalar é o mais seguro e adequado para o atendimento de partos de risco habitual (baixo risco). Tais gestações configuram 85% dos casos, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras, Elisiane Bonfim.  



Autor(a): Rosiley Souza



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