Saiba quais são as cores, as formas, os materiais e as combinações que prometem bombar este ano
O ano começou e com ele uma série de tendências que prometem fazer sucesso em 2020. Uma das principais é o mobiliário em estilo art déco, que voltou com força total. “Formas arredondadas, branco e tons de dourado estão em alta”, afirma Guilherme Garcia, designer responsável pelo espaço Masotti Refreshed. Segundo ele, a pegada vintage promete marcar presença. É o que chamamos de releitura, na qual peças ou ideias antigas ganham toques atuais. “Podemos classificar esse movimento como pop vintage”, afirma.
Nessa linha, materiais como o vidro branco e o granilite, por exemplo, podem ser apontados como tendências. O mesmo acontece com as luminárias equipadas com cúpulas redondas, bem como pisos cobertos com cacos de porcelanato. Tais elementos eram comuns em “casas de vó” e agora voltam com uma pitada de sofisticação.
Além disso, outra tendência destacada por Guilherme é o uso de elementos naturais. O objetivo é conectar as pessoas com a natureza e levar aconchego para dentro de casa. “Assim como na moda, as pessoas estão à procura de coisas mais naturais, de tranquilidade”, comenta. Materiais como madeiras claras, com aspecto nórdico, e tecidos de linho e algodão são ótimos exemplos dessa conexão que Guilherme menciona. “É tempo de ressignificar os espaços. Estamos cada vez mais próximos da natureza e das nossas raízes”, diz.
Tons em alta
De acordo com a WGSN, empresa de previsão de tendências, a cor de 2020 é o Neo Mint, que é um verde mais clarinho. Esse tom está justamente ligado à tendência vintage que Guilherme comentou. Mobiliário, detalhes nas paredes, quadros e itens decorativos com essa tonalidade estão em alta. Ainda mais se combinados a cores como rosa, preto, cinza, laranja e até vermelho. Por que não? A palavra de ordem é equilibrar. Ou seja, dosar esse tom mais relaxante com outros, que podem ser mais ousados ou sóbrios.
Ainda na paleta de 2020, a WGSN apontou o Purist Blue como segunda cor do ano. Trata-se de um azul, também relaxante, porém com um toque de verde cinzento. Esse tom vai bem cobre e dourado.
Aliás, outra cor que promete estar, principalmente, nas paredes em 2020 é o Cassis. É uma mistura entre rosa e roxo, na qual a última tonalidade se destaca. Não é indicada para ambientes inteiros, pois corre o risco de pesar a composição. Porém, vai muito bem em detalhes e pode ser utilizada para destacar paredes pontuais, como neste projeto de Rejane Carvalho Leite para a Dü Design Florianópolis.
Assim como as demais, é uma cor versátil e que remete à pegada vintage. Saber combinar essas tonalidades com detalhes contemporâneos é a grande sacada.
Deixe a natureza entrar!
Como Guilherme comentou anteriormente, o desejo das pessoas é ter uma conexão maior com a natureza. “Por isso, as plantas estão cada vez mais presentes nos ambientes, por exemplo”, comenta o profissional, que produziu o ambiente da foto de abertura para a Masotti. Além disso, para complementar, materiais como linho, algodão, palha, vime e couro têm se destacado nas composições.
A fluidez do mobiliário também integra essa tendência. Ou seja, estão em alta peças com formas orgânicas, livres, que lembram as da natureza. Aqui, o objetivo do mobiliário é, então, ser um convite para que o frescor, a leveza e o aconchego estejam em todos os cantinhos da casa!
Seja sustentável
Já que você vai convidar a natureza a entrar, também é muito importante se preocupar com ela! Isso mesmo: estamos falando de sustentabilidade. Optar por itens que não resultam em danos para o meio ambiente é uma escolha bastante inteligente. E cada vez mais tem ganhado destaque nas casas. Um exemplo bastante forte é a madeira. Saem de cena as espécies nativas e entram aquelas que são provenientes de reflorestamento, por exemplo. Ou então materiais alternativos, como a Uva do Japão, matéria-prima utilizada pela Dü Design. Tal árvore foi trazida ao Brasil pelos imigrantes japoneses que chegaram ao país na década de 1970. Hoje, a espécie, muito comum na região Sul do país, é considerada uma invasora por prejudicar a sustentabilidade do ecossistema local. Ela é capaz de enfraquecer e tomar o lugar das árvores nativas. A marca teve, então, uma sensibilidade para detectar que o material é excelente para o uso em mobiliário sem prejudicar a natureza. Ou melhor, ainda contribui diretamente com ela. O resultado é uma linha completa de mesas, cadeiras, peças e estofados de tirar o fôlego.
Feito com as mãos
Valorizar o manual, feito por artesãos, está em alta. Aliás, sempre esteve, mas agora ganhou um papel de destaque na decoração. Móveis e peças em geral produzidos com técnicas artesanais, por exemplo, são muito bem-vindos. Palha trançada, colchas de crochê, tecelagem manual e macramê, entre muitas outras opções, dão um toque muito natural e cheio de personalidade aos ambientes.
Outra tendência é reaproveitar materiais e peças de mobiliário. Ou seja, dar novos usos a itens que não seriam mais usados – e que podem ganhar uma nova roupagem e destino. Um exemplo? O colar de mesa feito com peças de madeira de descarte. Basta ter criatividade e respeito aos materiais!
Quanto mais, melhor
Ficamos muito tempo ouvindo que “menos é mais”. Então, porque não fazer diferente em 2020? Sim, o maximalismo veio para causar. Os ambientes estão cada vez mais ousados e repletos de detalhes. Combinações que fogem do padrão estão aí para mostrar que não há limites para a criatividade. Já pensou em combinar veludo com linho, por exemplo? Ou então apostar em uma parede amarela com uma luminária vermelha logo em frente? Por que não? Também existe equilíbrio no maximalismo. Neste ambiente criado para a Masotti pelas arquitetas Letícia Moraes e Susi Garcia Tosi, por exemplo, há uma mistura de cores e texturas. O rosa convive em perfeita harmonia com as plantas que levam a natureza para dentro do ambiente. Ao lado, o móvel espelhado em nenhum momento “briga” com o aspecto natural do papel de parede.
Misturar cores, texturas, formas, estilos e materiais é uma tendência, sim, senhores. Vamos ousar mais em 2020, então?
Autor(a): Alex Ferrer
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