Conhecer um outro país é imergir na cultura, tradições e história de um povo. Quando em Santiago uma das paradas obrigatórias a se fazer é conhecer a vinícola mais famosa do país, a Concha y Toro.
Este pequeno País de 18 milhões de habitantes é o mais respeitado produtor de vinhos do Novo Mundo, a produção começou na época da colonização espanhola quando a região recebeu as videiras. As uvas se adaptaram e se desenvolveram bem e, atualmente, o país é um grande exportador da bebida.
Em termos de produção global, o Chile e a Argentina têm posição muito relevante em termos de produção total e exportação e estão entre os 10 maiores produtores globais de vinho.
As características geográficas, como a presença da Cordilheira dos Andes, fazem com que o terroir chileno seja único, e muito bem recebido pelos apreciadores de vinho em todo o mundo.
A Concha y Toro exporta sua produção para 140 países. Em 2013 o grupo de vinhedos e vinhos que a empresa possuía já era o segundo maior do mundo no gênero com mais de 282 milhões de litros da bebida. O grupo respondia por 40% da produção de vinhos do Chile. Em 2017 apenas o grupo californiano Barefoot – Gallo era maior do que a empresa chilena, lembrando que os Estados Unidos também é o maior consumidor global de vinhos.
Já no que diz respeito ao luxo. A marca é a única latino-americana citada por estudo da Brand Finance 2023 entre as marcas mais luxuosas do mundo em seu meio, avaliando a mesma em USD 383 milhões, um crescimento de 16% de valor em relação a 2022.
A empresa possui aproximadamente 12.000 hectares de vinhedos de primeira qualidade no Chile, Argentina e Estados Unidos. O Grupo Viña Concha y Toro compreende uma ampla gama de marcas de sucesso, desde os aclamados Don Melchor e Almaviva até a conhecida marca Casillero del Diablo, além da marca Trivento de Argentina e Fetzer de California. A empresa tem mais de 3.000 empregados no mundo.
A atração em Santiago é o origem de todo o grupo. Em uma propriedade que pertenceu ao fundador, Don Melchior de Concha y Toro, VII Marquês da Casa Concha e ex-Ministro das Finanças do Chile, e sua mulher, Emiliana Subercaseaux, em 1883. Para começar a vinícolas, eles trouxeram varietais de uvas de Bordeaux, sul da França: Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Semillon, Merlot, e Carménère.
Hoje é controlada pelas famílias Guilisasti e Larrain, mas tem um descendente direto do fundador em seu conselho de diretores, Mariano Fontecilla de Santiago-Concha. É uma empresa tão grande que tem mais de 30% do mercado chileno de vinhos, mais de 30% das exportações chilenas de vinho e foi a primeira empresa Chilena a ter ações negociadas na bolsa de Nova Iorque.
Além da história e muito saborear, adentrar ao universo Concha y Toro é saborear uma delícia cultural. Além das ótimas produções vinícolas atuais, como por exemplo o Vinho Don Melchor 2020, o único vinho chileno incluído no Best of the best wines of the World pela Robb Report, visitar o parque é se aprofundar nesta empresa mais do que centenária que oferece um passeio pela linda área verde do mesmo, passando pelos jardins da casa histórica que era residência de verão da família e que hoje é tombada pelo Patrimônio Histórico do Chile, pelos vinhedos dos principais varietais do grupo e por fim pelas adegas subterrâneas com passagem também pelo famoso Casillero del Diablo (armário do diabo).
A história do Casillero del Diablo foi inventada pelo fundador da empresa que, cansado de ver tantas garrafas sumirem de sua adega, fez circular na região que em sua adega ocorria fenômenos estranhos que o fariam crer que o próprio diabo morava ali.
Crente e supersticioso que era o povo daquela região, acharam por bem parar de fazer incursões pelo local, protegendo Don Melchor sua produção de vinhos.
Além desta profundidade histórica e cultural, o local também possui um agradável e saboroso restaurante e uma loja da vinícola, onde é possível comprar garrafas, acessórios e lembranças que remetem ao mundo do vinho.
O portfólio de produtos da Concha y Toro é enorme. São rótulas do conglomerado: Don Melchor, Carmín de Peumo, Gravas del Maipo, Amelia, Terrunyo, Marques de Casa Concha, Gran Reserva Serie Riberas, Casillero del Diablo, Trio, Frontera, Cono Sur, Palo Alto, Viña Maipo, Maycas del Limarí, Trivento, Fetzer, Bonterra e Almaviva (joint-venture com Baron Philippe de Rothschild).
Gabriel Mozart é Sommelier WSET3, WSET2 e WSET1. Formado em Economia e Geografia pela USP, Direito pelo Instituto Mackenzie, pós graduado pela PUC/SP e diretor executivo da Mozart Crystal de Blumenau. https://www.instagram.com/mozartcrystal/
Autor(a): Gabriel Mozart
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