Depois de receber um Festival de Cinema inédito em fevereiro, agora o Ribeirão da Ilha recebe mais uma iniciativa do Coletivo Lanterna Mágica. O CINE Lanterna Mágica é o primeiro cineclube no bairro tradicional do Sul da Ilha com atividades contínuas gratuitas, e tem como objetivos exibir produções audiovisuais catarinenses e promover debates com convidados das artes e de diferentes setores da comunidade. A ideia é aproximar a comunidade do cineclubismo, ampliando as ações locais de formação de público. A primeira sessão será no dia 2 de julho, sábado, às 19h, na Velha Guarda Choperia Artesanal, na Freguesia do Ribeirão.
O primeiro filme exibido será "Quando a Arte Sopra", um documentário de média metragem dirigido por Patricia Stahl Gaglioti e produzido pela Volo Filmes, que retrata um pouco da história e das atividades desenvolvidas por dois espaços comunitários de Joinville: o Espaço Cultural Casa Iririú e pela Associação de Moradores e Amigos do Bairro Itinga (Amorabi). Os dois espaços têm por objetivo democratizar o acesso à arte e promover manifestações culturais como teatro, música e dança de forma gratuita ou com valores acessíveis. A Casa Iririú e a Amorabi transformam a vida de diferentes gerações e servem de inspiração para a criação de outros grupos e iniciativas culturais em contexto comunitário. O filme é de classificação livre.
Após a sessão de cinema sempre rola uma roda de conversa com convidados da comunidade e outros artistas. O papo vai girar em torno da importância das iniciativas artísticas nos contextos comunitários, como é o caso do Teatro da AMORABI, retratado no filme, e também do Teatro Comunitário do Ribeirão da Ilha.
“Ao inaugurar a programação com este filme, o CINE Lanterna Mágica propõe trazer à luz das discussões no Sul da Ilha a potência de ações artísticas em contexto comunitário. Entendemos que narrativas como as presentes em "Quando a Arte Sopra" podem inspirar articulações importantes para a manutenção de uma sociedade mais democrática. Um indivíduo que conhece, conta e reflete sobre sua história através de expressões artísticas diversas pode também se engajar mais ativamente na transformação do futuro à sua volta. Nos parece importante fomentar ações de pertencimento à comunidade e valorizar ainda mais a contribuição sensível de cada morador”, diz Marina Argenta, uma das curadoras do cineclube.
O Ribeirão da Ilha recebe eventos culturais importantes esporadicamente porém ainda carece de ações artísticas continuadas. Neste sentido, o Cineclube propõe criar um vínculo engajado com o bairro, instigando ainda mais a participação ativa dos moradores na fruição do cinema e das artes pela comunidade
“Desejamos ampliar os espaços de formação de público, fortalecendo as atividades culturais presentes no bairro. O Teatro Comunitário do Ribeirão da Ilha, por exemplo, outro projeto também desenvolvido por integrantes do nosso Coletivo, já tem fila de espera 500% maior do que consegue atender, tanto para as oficinas quanto para apresentações e demais atividades. Ao oferecer um cronograma extenso de sessões de cinema catarinense, o projeto visa contribuir para a estruturação da agenda cultural no local, complementa Fernanda Ozório, da Volo Filmes & Fotografia, uma das idealizadoras do projeto e membra do Coletivo Lanterna Mágica.
Composto por um grupo de artistas e profissionais de Florianópolis e criado para fomentar a pluralidade das artes e sensibilizar sobre temas sociais urgentes, o Coletivo Lanterna Mágica conecta um dos bairros mais queridos da Capital ao cinema catarinense. O Cineclube não é a primeira ação do Coletivo. Em fevereiro, foi realizado o 1º Festival Lanterna Mágica de Cinema Catarinense - Mulheres da Ilha, com exibições de produções audiovisuais de SC realizadas por mulheres e rodas de conversas. O nome Lanterna Mágica remete à primeira sessão de projeção de imagens em movimento na Desterro de 1785, quando foi o único povoado do Brasil a receber uma projeção por meio da “lanterna mágica”, um equipamento trazido pelo navegador La Pérouse. Remete também às lanternas utilizadas para cultivar ostras, cenário típico do Ribeirão da Ilha.
Projeto selecionado pelo Prêmio Catarinense de Cinema, executado com recursos do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.
Será obrigatória a apresentação de comprovante de vacinação da Covid e uso de máscara.
Autor(a): Rosiley Souza
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