Chamada para viagem à Marte

Chamada para viagem à Marte

No ano marcado pelo centenário da Semana de Arte Moderna, provocações e reflexões sobre este movimento emergem no imaginário e na prática de artistas contemporâneos.  Considerado como um dos expoentes do modernismo catarinense, Ernesto Meyer Filho, na década de 1970, publica uma crônica sobre Marte. 

 

Para o artista, o Planeta Vermelho era destino de utopias sobre um mundo possível, de fabulações, criações de seres fantásticos e espaço de relações afetuosas. Essa foi a deixa que Marco D. Julio e Marcelo Fialho, do duo Otropicalista, estendem como materialidade e ficção projetada.  Inspirada nesse universo, a exposição “Jardim de Marte” passa a ocupar a Casa Canto, na região central de Florianópolis, entre 01 e 20 de dezembro

 

“Por um lado, buscamos explorar o viés escapista construído pela literatura fantástica que fez o planeta Marte ocupar um lugar de destaque nas relações entre ficção e utopia, muitas vezes como metáfora do que – como civilização - perdemos, ou do que poderíamos ter nos tornado. Por outro, expor as subjetividades de uma espécie que prioriza a exploração espacial às soluções que preservem sua própria sobrevivência em seu planeta de origem”, dizem os artistas.

 

Crédito das fotos: Fernando Willadino.

 

 

 

Além do marco modernista na história do Brasil, a dupla comemora uma década de produção atraída pelas intersecções entre campos do conhecimento. Sua invenção artística, até aqui, expressa o interesse com a fricção entre os limites da arte, do design e da artesania. A mesma lógica orientou a escolha e convites destinados a parceiras para o projeto. 

 

Ana Gern, Laci Baruffi e Pia Laus apresentam trabalhos sincronizados com uma produção autoral, em que a manualidade e as técnicas ancestrais aliam-se às novas tecnologias e cuja produção valoriza pessoas e comunidades, dialogando com o passado, o presente e o futuro. O resultado é uma multiplicidade de linguagens que inclui instalações site-specific, pinturas, gravuras, esculturas e têxteis.

 

A escolha do local, a Casa Canto, reflete essas mesmas preocupações com a preservação da memória, a valorização da cultura e o acolhimento às inovações. Durante as  três semanas do evento o público poderá vivenciar o espaço, conferir a diversidade dos trabalhos e interagir com os artistas e seus parceiros. 

 




Autor(a): Rosiley Souza



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