Com o desafio de projetar um ambiente que valorize o bem-estar físico, mental e espiritual, bem como a harmonia, o equilíbrio e o conforto, é que Juliana teve a ideia de buscar na sua própria história a fonte de inspiração que conduzirá o trabalho dentro da exposição. Por meio da inovação construtiva e de soluções estéticas e funcionais, a intenção é criar um ambiente que traduza um pouco da vivência e dos sentimentos que afloraram durante as duas vezes que Juliana teve câncer, nos últimos 10 anos.
“Como este ano a CASACOR ocorrerá em outubro, mês da campanha do Outubro Rosa - de conscientização sobre o câncer de mama -, pensei na oportunidade que seria de compartilhar, a partir do meu trabalho, uma arquitetura com foco na individualidade de cada pessoa. Lidar com a doença me fez refletir muito sobre isso. Sem dúvida, que a arquitetura foi fundamental no meu processo de cura. Mesmo com algumas limitações, não parei de exercer a minha paixão”, ressalta.
Foi ao longo do período de tratamento que a arquiteta despertou outros olhares e cuidados com relação à casa. Isso porque ela mesma começou a se ver mais dentro do próprio lar e, observou que em alguns momentos precisava estar mais reclusa. Aí sentiu a necessidade de priorizar a casa como um refúgio particular, o seu infinito particular.
É esta a abordagem que deve se materializar no projeto que Juliana Loffi assinará na CASACOR deste ano na Capital, que ocorrerá de 18 de setembro a 30 de outubro.
“Quero criar um espaço que mostre como é possível manter a individualidade em um ambiente, mas sem deixar de lado o zelo, o cuidado com a história, a essência de cada morador”, pontua.
Para dar forma ao projeto, Juliana vai fugir da arquitetura tradicional e mostrar uma nova forma de negócio. Ela vai explorar as possibilidades de uma casa modular, um modelo de construção dinâmico e muito adequado ao modo de viver contemporâneo. Segundo a profissional, é uma estrutura versátil, possibilitando uma arquitetura nômade. Perfeita para levar à mostra, já que no final do evento, ela pode ser integralmente desmontada e levada para ser reaproveitada em outro lugar, outro terreno.
“Nosso papel é estar atento ao que os seres humanos necessitam para ser feliz. Por isso, acredito em uma arquitetura eclética, acessível e individual, até porque cada um tem suas particularidades. A arquitetura tem este poder de transformação”, ressalta a arquiteta que este ano fará a sua terceira participação na CASACOR catarinense.
Em 2017, ela fez o projeto da Praça CASACOR, com área de 250 metros quadrados, juntamente com o arquiteto Rodolfo Gutierrez, da edição de Balneário Camboriú; e em 2018, em Florianópolis, Juliana assinou a Suíte Float.
Crédito da foto: Yuri Brasil.
Autor(a): Rosiley Souza
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